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27 agosto 2017

Resumo- Um Coração Simples de Gustave Flaubert

Imagem da Internet
O conto Um Coração Simples foi escrito em por Gustave Flaubert e narra a história de Félicité,
uma  jovem de rosto magro, voz aguda tinha vinte e cinco anos, mas aparentava quarenta. Cuidava da casa e da cozinha, costurava, lavava, passava, sabia arrear um cavalo, engordar as aves de criação, fazer manteiga e era fiel à patroa, que não era uma pessoa muito  amável, Félicité aos cinquenta anos já não aparentava mais  idade nenhuma,  era sempre silenciosa, com porte rijo e gestos comedidos, funcionando de forma automática, como uma mulher de  madeira.  Félicité não era inocente como as outras senhoritas, foi instruída pelos animais e a razão e instinto de  honra a impediram de fraquejar.
Após se desiludir com Théodore, que a propôs casamento, mas posteriormente casou-se com outra, Félicité pediu as contas da granja em que trabalhava com a intenção de partir e foi em direção a Pont-l’Êveque. Não sabia grande coisa, mas sua boa vontade e poucas exigências comoveram sra. Aubain, que lhe deu emprego.
Logo no início, antes de se acostumar, Félicité viveu numa espécie de tremor que lhe causavam “a classe da casa” e a “lembrança do Senhor”. Cuidava dos filhos de sra. Aubain, Paul e Virginie, um de sete anos e a outra com menos de quatro, pareciam-lhe formados de uma matéria preciosa;  Félicité carregava as crianças nas costas, como um cavalo, até que foi proibida de beijá-los o tempo todo por sra. Aubain. A doçura e graciosidade do ambiente e das crianças dissiparam a tristeza de Félicité.
As crianças ganharam um presente de Sr. Bourais, antigo procurador que geria as propriedades da sra Aubain, que queria instruir agradavelmente as crianças e deu-lhes um atlas com gravuras que representava diferentes cenas do mundo, antropófagos, com plumas na cabeça,  um macaco raptando uma moça, beduínos no deserto, uma baleia arpoada; que mostradas por Paul a Felicité, fora toda sua educação literária.
Após saírem para a granja de Geffosses, voltaram pelo pasto.  Os bois estavam estendidos pela relva e olhavam tranquilamente as quatro pessoas que passavam. No terceiro curral, alguns se levantaram e se postaram em semicírculo diante deles, Félicité disse-lhes para não ter medo e murmurando, afagou o lombo do animal que estava mais próximo e este deu meia volta, os outros imitaram. Depois de atravessar o pasto seguinte, ouviram um mugido formidável, era um touro que o nevoeiro havia escondido. O animal avançou em direção às duas mulheres, sra Aubain ia correr, mas Félicité a avisou para ir mais devagar, a senhora não correu, mas continuaram apressando o passo e ouviam às costas um resfolegar sonoro que se aproximava. Félicité se virou para o animal e arrancava punhados de terra com as mãos e lhe jogava nos olhos. Ele baixava o focinho, sacudia os chifres e tremia de fúria, mugindo horrivelmente. Sra. Aubain estava na beira do pasto com as crianças e buscava desesperada um meio de saltar o valado alto.  Félicité continuava a recuar, encarando o touro e não parava de jogar tufos de grama, que o cegavam, enquanto gritava para a senhora e as crianças irem depressa. A sra Aubain desceu a vala, empurrou Virginie, em seguida Paul, caiu várias vezes tentando subir o talude até que conseguiu.  O touro havia encurralado Félicité numa porteira, sua baba salpicava o rosto dela, um segundo mais e a estriparia. Ela só teve tempo de escapulir entre duas estacas, e o animal, surpreso, parou.
Este acontecimento foi durante muitos anos, assunto de  conversa em Pont-l’Êveque.  Virginie, com o susto, contraiu um distúrbio nervoso e o médico, Sr. Poupart, aconselhou os banhos de mar em Tocqueville. A viagem foi longa e difícil.
Em Tocqueville, Félicité criou afeição pelos Liébard, comprou-lhes um cobertor, camisas, um fogão; evidentemente a exploravam. Essa fraqueza irritava a sra. Aubain, que de resto não gostava das familiaridades do sobrinho, e como Virginie tossia e a estação já não era tão boa, retornou a Pont-l’Évêque.
Sr. Bourais esclareceu-lhe sobre a escolha do colégio. Paul foi mandado para o de Caen, que era considerado o melhor, fez as despedidas brevemente, satisfeito de ir morar numa casa em que teria companheiros.
A sra. Aubain resignou-se à partida do filho, uma vez que era indispensável. Félicité tinha saudade do alvoroço, mas distraiu-se levando Virginie todos os dias ao catecismo, esta que pensava cada vez menos no irmão.  Félicité, de tanto ouvir, aprendeu o catecismo e imitou todas as práticas de Virginie.
A sra. Aubain queria fazer de Virginie uma pessoa sofisticada e resolveu interná-la   nas Ursulinas de Honfleur, a menina não se opôs e Félicité suspirava, julgando a patroa insensível.
Virginie partiu, e  Felicité não se agüentando de saudade, entrava no quarto da menina todos os dias de manhã. Para se distrair, pediu permissão para receber seu sobrinho Victor, que chegava as domingos e seus pais sempre o encarregavam de arrancar alguma coisa de Félicité.
Nas férias, as crianças retornavam, o que servia de consolo para Félicité, mas Paul se mostrou caprichoso e Virginie não carecia mais ser tuteada, o que fora uma barreira para as duas.
Numa segunda feira, Victor anunciou que entrara para um longo curso e que ficaria talvez dois anos fora de casa, com isto, Félicité ficou desolada.
Tempos sem receber nada do sobrinho, eis que Félicité recebe uma carta que dizia que este estava morto.
Depois, veio a notícia que Virginie estava debilitada, Félicité e sra. Aubain foram as pressas ao convento, Virginie acabara de partir. Félicité não abandonou o corpo por duas noites, repetindo as mesmas preces, jogando água benta sobre os lençóis.
Félicité ganhou um papagaio da sra. Larsonnière, chamava-se Lulu, que adoeceu, Félitié o cuidou, depois ele se perdeu. Félicité custou a se recompor, em consequência de um resfriado, desevolveu uma angima; pouco tempo depois, uma doença de ouvido.  Três anos mais tarde, estava surda e falava muito alto, mesmo na igreja. Lulu voltou para casa.
Em seu isolamento, Lulu era quase um filho, um namorado. Certa manhã, Félicité o encontrou morto chorava desconsolada e a patroa lhe disse para mandar empalhá-lo, assim o fez.
Chegando aos altos e Ecquemauville, Félicité viu as luzes de  Honfleur, que cintilavam na noite como uma multidão de estrelas; o mar, mais ao longe, espalhava-se confusamente. Então,  uma fraqueza a deteve; e a miséria da infância, a decepção do primeiro amor, a partida do sobrinho, a morte de Virginie, como ondas de uma maré, voltaram de uma só vez e, subindo-lhe à garganta, sufocaram-na.
Enfim, Lulu chegou e ela o trancou em seu quarto.
Félicité, não comunicando com ninguém, vivia num torpor de sonâmbula. Animava-se com as procissões de Corpus Christi. Procurava as vizinhas, atrás de candelabros e capachos, para enfeitar o altar que erguiam na rua.
Com a morte de Sr. Bourais, sra. Aubain descobriu desvio de pagamento, vendas de madeira às  escondidas, recibos falsos etc, além que Sr Bourais tinha um filho natural e relações com uma certa pessoa de Dozulé. Essas baixesas a afligiram muito e foi tomada por uma dor no peito, sua língua parecia coberta de fumaça, as sangussugas não acalmaram a opressão; e ela expirou, aos setenta e dois anos. Félicité a chorou como não se choram os patrões.
Tempos depois, Félicité adoeceu, estava com pneumonia, como sua senhora e achava natural seguir a patroa.
Félicité lastimava-se de não fazer nada pelo altar, até que resolveu colocar o papagaio.De vez em quando Félicité falava com as sombras, seu delírio cedeu, pensando na procissão como se a seguisse.
Naquela noite, um vapor azul subiu pelo quarto de Félicité. Ela avançou as narinas, aspirando-o com uma sensualidade mística; depois, fechou as pálpebras. Seus lábios sorriam. Os movimentos de seu coração diminuíram um a um, cada vez mais vagos, mais suaves, como uma fonte se esgota, como um eco desaparece; e, quando exalou o último suspiro, ela acreditou ver nos céus estreabertos um papagaio gigantesco, planando acima de sua cabeça.





Um comentário:

  1. Oi Ana! Fiquei muito afim de ler esse livro, só por ser do Gustave Flaubert já me chamou a atenção - não sei se tu já leu Madame Bovary que também é dele, eu li há um tempo e fiquei encantada, livro incrível. A história desse parece ainda mais densa, a personagem principal me chamou bastante a atenção. Vou tentar ler :)
    beijão
    www.chanelfakeblog.com

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